quarta-feira, 7 de julho de 2010

Senti Alheio


Disparates cometidos,
palavras ao avesso,
birras repetidas,
tentativas frustradas de dissimular distrações
alheias para si
...não importa,
nada consegue camuflar
o que os olhos revelam
e o coração não deixa esquecer.



(Suzianne Santos)


(para um casal de amigos)

Negociação no troca-troca

Ando afim de fazer uma mudança estrutural,
que tal deslocar meu coração
para o local de minha boca?
...Talvez assim conseguiria expressar
o que meu lado racional reprimi


pode ser?





(Suzianne Santos)

terça-feira, 6 de julho de 2010

...!

Êh Sr. que me castiga e explora,
não quer saber dos meus carinhos
e me presentear com sua companhia,

fujas de mim, mas um dia te pego
e serás parte de minha vida
não me distraia com suas artimanhas
e afane o pouco que ainda guardo de ti
dextá..espere,
irei pegá-lo de jeito,
não se preocupe...
melhor você parar de correr no sentido oposto
e venha ao meu encontro...
êh brutinho,
lhe peço apenas uma esmola de atenção,
mas sua indiferença a dissolve no vento
tô pra pedir penico,
mas nem uma colher de chá me dá...
para logo de complicar minha vida,
simplifique e diga que quer conviver comigo sempre e sempre,
Sr. Tempo...


"Parece que nasceu no lixo, uma porra dessas!"¹


(desabafo de alguém frustrada com o tempo lhe oferecido)



(Suzianne Santos)


¹ by Alisson



sábado, 3 de julho de 2010

Tem culpa eu?

“- Rapaz, eu não devia ter ido assistir o jogo lá, deu azar.”


“- Porque tu não veio com aquela camisa das ultimas 10 copas pra dar sorte??”


“- Não, não, ele é muito pé frio, é só ele torce pro time pra ele perder...Daí! Foi torcer pro Brasil, perdeu!!...lascou-se!”

Diante da realidade de copa que nos encontramos é interessante a mobilização que “pessoas correndo atrás de uma bola” causam, o teor de patriotismo que uma pequena parcela de brasileiros trazem para outros milhões que se tornam orgulhosos em demonstrar sua nacionalidade para além de seu RG ou de sua certidão de nascimento.

Entretanto, mais interessante é o que ocorre posterior a uma não-vitória: o sentimento de perda e desolação que se encrava na alma de todos com a desclassificação de sua representatividade nacional, ocorrendo reações de revolta e culpabilização dos jogadores em cena ou então, muitas vezes, uma auto-culpabilização pela derrota de seu time.

Aqui sobe ao gramado as crendices e superstições de cada individuo.

Crê-se que uma pequena mudança nos meus hábitos rotineiros durante os jogos vai decidir o resultado final, estando minha pessoa imbuída de responsabilidade no placar tanto quanto os jogadores. Minha vestimenta, alimentação, local de assistir o jogo e animação na torcida, tudo influi, como se as televisões tivessem a capacidade tecnológica de transportar até os jogadores meu animo, garra e impulso para seguir à diante.

Seria mais simples entendermos apenas como o que de fato se apresenta aos olhos: “perderam”, apenas isso. Mas a realidade não se explica à base da razão, esta foi expulsa com menos de 5 min de jogo pela emoção e simbologias presente em cada comportamento. Não, temos que apresentar de alguma forma respostas ou desculpas para tal acontecimento trágico, posto que então sentemos no banco dos réus os descumpridores de superstições copistas, seja eu, meu amigo, o vizinho ou o Mick Jagger!



(Suzianne Santos)