quinta-feira, 21 de julho de 2011

Brasil aposentado



Hoje acordei sem norte
após um sonho mal dado
de um futuro desbotado
mas, na real,
era o hoje apresentado

Repentinamente,
rompeu-me o silêncio
de um Brasil aposentado.


Viril Estado fraco, 
inútil e quebrado
cujas histórias e conquistas,
manuscritas em legislativos,
foram parar 
no vão esquecimento,
junto às histórias 
“pra boi dormir”

Seu aposento 
não veio por mérito
de suas longas madeixas brancas,
ou quem diga
por seu tempo de contribuição,
mas sim
pelos longos anos de exploração,
coerção e alienação

Senhor mor 
em ludibriar a realidade alheia,
transfigura ‘o nosso’ em ‘meu’,
ou melhor, em  ‘their’*

Profissionalizou-se 
na arte ilusionista,
encantando todos à sua volta
como um País das maravilhas,
E assim, foi silenciando
E assim, foi desmobilizando
E assim, foi comprando seu aposento,
pago à Terceiros e Particulares,
sob um mar de valia

Agora,
de diferente nada parecia,
nada de sonho ou fantasia,
só silêncio e descaso
pelo real configurado
de um jovem Estado aposentado...

(Suzianne Santos)
*Tradução: deles