Hoje acordei sem norte
após um sonho mal dado
de um futuro desbotado
mas, na real,
era o hoje apresentado
Repentinamente,
rompeu-me o silêncio
de um Brasil aposentado.
Viril Estado fraco,
inútil e quebrado
cujas histórias e conquistas,
manuscritas em legislativos,
foram parar
no vão esquecimento,
no vão esquecimento,
junto às histórias
“pra boi dormir”
“pra boi dormir”
Seu aposento
não veio por mérito
não veio por mérito
de suas longas madeixas brancas,
ou quem diga
por seu tempo de contribuição,
mas sim
pelos longos anos de exploração,
coerção e alienação
Senhor mor
em ludibriar a realidade alheia,
em ludibriar a realidade alheia,
transfigura ‘o nosso’ em ‘meu’,
ou melhor, em ‘their’*
Profissionalizou-se
na arte ilusionista,
na arte ilusionista,
encantando todos à sua volta
como um País das maravilhas,
E assim, foi silenciando
E assim, foi desmobilizando
E assim, foi comprando seu aposento,
pago à Terceiros e Particulares,
sob um mar de valia
Agora,
de diferente nada parecia,
nada de sonho ou fantasia,
só silêncio e descaso
pelo real configurado
de um jovem Estado aposentado...
(Suzianne Santos)
*Tradução: deles