sábado, 26 de março de 2011

Rubro


Cada palpitar teu
 arranha meu querer,
cada movimento, 
uma ânsia insaciável por ti
cada olhar,
 delícia pelo teu sabor
nos lábios, 
sussurro por teu corpo
teu cheiro, 
acaricia meus devaneios
tua boca, 
meu álibi e libido
sacia meu rubro desejo
e ao céu e inferno pertenço

(Suzianne Santos)

Salto ou chinelo?


Posso te destroçar e te encher de ais
Ou te dar o conforto pros teus galos,
Mas que me digam teus atos,
O que prefere e merece,
Um salto ou um chinelo?


(Suzianne Santos)

quinta-feira, 24 de março de 2011

Hiperatividade mental



Tento, mas ela luta
Grito, mas ela continua
Dou nós e reboliço, mas ela gosta é da tortura
Então me entrego,
Desisto,
Levanto, acendo a luz e rabisco
Inquieta mente inquieta,
Deleite para a caneta,
Tormento de meus sonos

(Suzianne Santos)

Sobre observar



Às vezes gosto de apenas observar,
Não significa que não vivo.
Na verdade, pulso junto com sua respiração
E a cada gesto, sinto o reflexo.

Vivo meus ‘eus’,
E como um espelho intriseco,
também sinto os teus.

(Suzianne Santos)

domingo, 13 de março de 2011

-



E a mesma boca 
que cala
é a que beija
e dar a cara a tapa,
não aspirando a eternidade,
mas a intensidade
enquanto há de querer ser

(Suzianne Santos)

sexta-feira, 11 de março de 2011

PORRA!...Qual é o seu?

Pega                                                                              Pedro,   
O                                                                                  Otávio,  
Rato senão                                                                    Renato e
Rebolo                                                                          Ricardo, 
A mão em ti!                                                                 Aquii!!


- - - - -                                                                            - - - - - 


Permitiu ele deixar                                                      Pensei que
Ofuscar sua                                                                 Odiava 
Razão,                                                                        Renata, mas  
Reciprocidade teve e                                                 Respirei fundo...já
Abandonou-a...                                                            Amava-a... 


- - - - -                                                                           - - - - - 


Por mais                                                                      P_________________
Oponente que seja                                                     O_________________  
Radicalizo,                                                                  R_________________
Revolto,                                                                       R_________________
Abalo a tua soberania!                                               A_________________


- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Diga aí, qual é o seu PORRA! Comente    ;]

(Suzianne Santos)



quarta-feira, 9 de março de 2011

Descartáveis e recicláveis

Estava pensando na vida, seus papéis sociais e constantes variações e cheguei a consideração de como esta sociedade regida por normas e parâmetros de utilidade social nos toma em parte como seres descartáveis. É, em parte ainda sirvo socialmente, em outras, torno-me invisível, desmerecedor de atenção...descartável.

Sim, primeiramente enquanto criança e enquanto filhas(os) somos por vezes privados de liberdade e autonomia, afinal, quando se esta a mercê da “voz da sabedoria” e das condições básicas para a vida (alimentação, roupas, moradia, higiene, lazer) pelo zelo de nossos pais e mães, considere já descartada sua plena independência.

Pobres, desletrados e em condições de vida vulneráveis são descartáveis como trabalhadores, consumistas-mor, cidadãos ou até como pessoa humana. Ao ser examinada(o) por determinada enfermidade em um órgão vital, às vezes, ‘jogam fora’ o resto do meu corpo, fatores psicológicos, emocionais, sociais e ambientais, descartando minha integralidade. Àqueles com transtorno mental foi tirada a total normalidade, transformando uma doença em prisão, transformando uma doença em plena incapacidade. Aos inimigos, descarto-me como amiga; aos amigos, como amante; e, ao amante, como inimiga.

O que o mundo consumista e laboral não vê como útil é descartado a todo momento, desconsiderando, por exemplo, meu direito e livre-arbítrio à vontade de nada fazer, ao ócio e diversão. “Não, pra que isso??”, “Para que incentivar preservação e mostras culturais se seu lucro é simbólico, imaterial?” É descartável...sua subjetividade e interesses pouco interessam...

Porém, por mais que queiram nos lançar e enquadrar em papéis sociais, nos descartar principalmente enquanto sujeitos, também somos recicláveis. Temos a capacidade de aprender e recriar nossa existência dando nova utilidade ao aparentemente descartável. Por mais que no lixo nos coloquem, do lixo a vida é recriada. Reciclamos a mente e usamos a criatividade para sobreviver à dança das exigências sociais. Vivemos num constante movimento de descarte e reciclagem, até que se chegue ao ultimo processo, até que me seja descartada a vida e meu corpo seja reciclado pela natureza...

E assim como as pessoas, pensamentos também são descartáveis e recicláveis, por isso, ao terminar de escrever, e você de ler isto, talvez, talvez reconstruiremos nossas idéias ou, quem sabe, como letras soltas, talvez de nada mais nos valha...


(Suzianne Santos)

segunda-feira, 7 de março de 2011

Embriaga'lma


A gente se “mata” sempre um pouco
Pra alegria vir em dobro

A gente transforma um nada
Em motivo de tudo comemorar

A gente embriaga’lma
Para devolver tua leveza inata

A gente extrapola nas maluquices
Antes que as normas de mim as tire

A gente diz a gente
Porque só,
Não remo o barco
Porque só,
A conta não pago

A gente se “mata” sempre um pouco
Pra alegria vir em dobro

(Suzianne Santos)

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Da razão ao sentir,
Consumo os extremos,
Vivo montanha-russa


(Suzianne Santos)

terça-feira, 1 de março de 2011

Grito


Por entre letras alinhadas
E dedilhar das teclas,
entorpece a alma inquieta
de quem vê e não se empedra,
de quem ouve e se dilacera

Rebuscadas ou desajeitadas,
a mão se apodera
de poder letrístico
que antes deter quisera,
mas como calar
a mente a fervilhar?

Grita!
Respira...
Solta tua linha
e lança de si
a inquietude
que descompassa tua rima

Grita!
Não titubeia!
Grita
o que te rebeldia ou alieniza
o que te silencia e esvazia,
que cá eu não julgo

Grita!
Transforma a ausência em nostalgia,
a dor e raiva em melodia,
a inquietude em poesia...
Grita.


(Suzianne Santos)

Dreams II – nostalgia efêmera

Encontrei você no escuro...
Lembrei de tuas palavras,
braços e alegrias,
pena que despertou o dia...

É essa efêmera nostalgia,
que ao peito acaricia
e também desperta o que afligia.
Maldita ausência sentida


(Suzianne Santos)
Para V.M.

OCA


Observo inerte   
    Cegas vibrações.   
         A nada me atenho...


(Suzianne Santos)