terça-feira, 1 de março de 2011

Grito


Por entre letras alinhadas
E dedilhar das teclas,
entorpece a alma inquieta
de quem vê e não se empedra,
de quem ouve e se dilacera

Rebuscadas ou desajeitadas,
a mão se apodera
de poder letrístico
que antes deter quisera,
mas como calar
a mente a fervilhar?

Grita!
Respira...
Solta tua linha
e lança de si
a inquietude
que descompassa tua rima

Grita!
Não titubeia!
Grita
o que te rebeldia ou alieniza
o que te silencia e esvazia,
que cá eu não julgo

Grita!
Transforma a ausência em nostalgia,
a dor e raiva em melodia,
a inquietude em poesia...
Grita.


(Suzianne Santos)

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