Andava-me perdida
Perambulando pelas vielas,
Desfocada pela vida
Sem saber qual destino seguir
E entre passadas tortas
Nas retas que o acaso me leva
Procurava meu Foco,
Surrupiado por terceiros
Sem ao menos prévio aviso
Mas visto isso
E as milhas percorridas
À sua procura,
Peço-lhe um favor
Se o encontrares,
Diga para partir para sempre de mim
E quando me vires,
Nada me fales,
Posto que de ontem a diante
Tenho pisado retamente torto
E mesmo sem enxergar
Ao certo seus caminhos
Encontro a felicidade
No meu continuo desfalque
Estranho olhar para o céu,
Meus olhos visam algo oposto ao visível no relógio
Sinto um amanhecer por vir,
mas as horas ainda registram 21:00h...
Ao tentar decifrar
essas discrepâncias temporalmente visuais
Dou-me de metereologista
E prevejo a formação de complicações
oriundas do efeito humano,
Com intensa aglomeração de nuvens e
futuras precipitações
de lágrimas de sangue.
Tenho me identificado com uma certa palavra
definida pelos etimologistas como:
“adjetivo equivalente à pessoa que ama algo ou alguém”
Posso dizer que este ser amado
me encanta e cativa a cada instante passado
E não importo se me traz risos,
lágrimas, reflexões ou o que mais venha a ser
Apenas faço-lhe um pedido:
posto que não me tenhas apenas como uma passageira observadora,
mas que me permita apreciar,
sobretudo, prazerosamente sentir-lhe
Assim sendo, ser-lhe-ei eternamente amante...
P.S.: Aqui, substitui-se “algo” ou “alguém” pelo ser amado = Vida
Trago aqui
Bem apertado assim
Algo que tem me corrompido,
Dilacerado meu intimo como uma cratera vazia...
Levo sorrisos amarelados na memória
Do que um dia se teve e se quer de volta
Um sentir tristemente belo
E que de tanto inundar-me em suas lembranças
Me presenteia com um leve movimento singular no canto dos lábios
De quem aprecia com gosto o que lhe foi dado
E se receia
Com o que lhe é apresentado agora,
Pedaços incompletos
É...
- Que é isso?
- Saudade...
cuidarei,
zelarei para ver-te feliz
seja por hora ou minutos
cuidarei,
para tornar simples momentos,
grandes alegrias
cuidarei,
para que a solidão não seja
plano de fundo do seu dia
cuidarei,
para que estes olhos sonhadores
não tenham receio diante do que está para além
cuidarei,
mesmo que distante,
zelo...
¹ música "anseio", banda Mithus
Querida Clara, és uma sábia mas minha teimosia insiste em discordar quando culpas o sentimento.
É errado amar mesmo que seja por pouco tempo, não correspondido ou que este não tenha o desfecho esperado?
Ou o erro é privar-se de se deixar invadir por este sentimento?
Tudo vale quando se permite por vezes ser bobo e tirar o escudo que protege alguns corações,
usufruir desse sentir infimo e grande ao mesmo tempo chamado amor.
Prefiro arriscar-me a errar, ser boba, ouvir este tolo coração que vive a atormentar o meu peito à impedir de me deixar sucumbir com tal sentimento...
Às vezes pensa-se e enfatiza-se muito o pós-amor, redundando tudo o que se sentiu para um semblante negro e sofrivel ( se o final não foi como o esperado), mas será que tudo foi lágrimas e raivas?
Não me importa aqui conjugar o verbo no futuro, pois este ainda não consigo prever,
mas não posso renegar o amor presente em todas as caricias sentidas, em todos os beijos correspondidos,
Se negar que me senti bem naqueles momentos, estarei traindo a mim mesma, por isso, não erro ao pôr sentimento...
Se és feliz e amada(o) por um tempo, seja pouco ou muito...de fato,se é...isso não pode negar...
Como expressa os que cantam o que é valido: "ser feliz não é querer te ter pra sempre, mas sim te ter naquele instante, que já era eterno o suficiente...."
Independente do criterio temporal e das futuras consequencias, que não condenemos o amor e suas intensas sensações, uma vez que seu unico erro foi nos dar gotas de felicidade.