quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Sobre poetar II

Por que o poeta precisa da dor
Da solidão e desamores pra escrever


Porque a felicidade se faz bonita
Mas apenas visivelmente
Posto que quando lida
A dor se faz mais querida


Se torna companheira
Dedilhada a cada cambalhodar das letras
Num jogo inconstante de brincar com palavras e sentimentos


Porque o que dilacera é que dar vigor às palavras
E inunda a caneta de sentimentos oblíquos


Como a cambaliar, rodopiar
ou mesmo valsear
um poema se controi
com tanto ardor que
o coração alheio
palpita ou se esvazia
como se encontrasse nas palavras
um reflexo literário do que lhe angustia


É a arte de poetar
É a arte sofrida
É o coração nu e cru
Sentido e espelhado





(Suzianne Santos)

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