sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Sem muitas muitezas...

Não é receio,
descaso ou distração,
apenas o fato
das palavras em minha mente
estarem conformadas
em seu habitat natural

Nem gritos nem sussurros,
só há repiração compassada
e passos calados

A brisa indica as letras,
que por hora
se ausentam tranquilas
na'alma inquieta,
"sem muitas muitezas"¹.




(Suzianne Santos)



¹SOARES, Tainá

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Pensamentos aleatórios

No emaranhado verbalístico,
cada qual com suas conjugações...
eu particulamente prefiro o presente,
posto que é simples
e não preciso retroceder,
muito menos esperar
para que algo aconteça
penso, respiro, sinto, vivo
basta-me isso





(Suzianne Santos)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Resposta errada

Péssima em alternativas,
sempre insistindo na alternativa A
mesmo obtendo sempre a resposta E
na mesma pergunta.
De tanto tentar, tentar
e perceber que a resposta
não condiz com sua escolha,
estando sempre a errar
cansou...
desistiu da prova...





(Suzianne Santos)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Dreams

Doces ilusões essas
que a noite traz ao ser,
todavia,
vem o despertar
e as usurpa
cotidianamente
da realidade


...quem dera inverter esta lógica.





(Suzianne Santos)

Omissão

Desapercebidamente caminha,
desenhando em si
a vontade que em seu peito
um suave grito mudo ressoa
Ela anseia sorriso interno,
Ela quer o imensurável,
mas para...e lembra...
a condição de sua felicidade é inconstante,
sua ação querida depende de quereres alheios
para...e pensa...
receia desquerer ele...
Assim, volta os passos
e guarda novamente seu anseio
junto de outras vontades omitidas...





(Suzianne Santos)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

- O que quero?

Na verdade,
não é que eu não saiba
o que quero...
até sei, mas
a existencia e concretude das palavras
não são capazes de definir
com intensa veridicidade
o que anseio...
o meu querer
não se enquadra
em uma palavra ou sílaba qualquer,
mas tem suporte
na composição irregular
da justaposição de sensações
que cada olhar à alma traz...



(Suzianne Santos)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Enquanto

Enquanto olhas - me encanto
Enquanto observo – me disperso
Enquanto digo – entenda o contrário
Enquanto falas – entenda meu olhar
Enquanto acho – me perco
Enquanto presente - sorriso interno
Enquanto ausente - anseio
Enquanto caminho – distraio
Enquanto caminhas – a mão ofereço
Enquanto demoras - desejo
Enquanto espero – vou vivendo





(Suzianne Santos)

Andando em círculos ou Os "res" da vida

Reocupo a mente,

Reorganizo a vida,
Recupero o tempo absorvido pelo
Recompassar das horas
Resignifico ausências,
Relembro momentos,
Reencontro olhares e
Revejo que muito passou, mas
Reparo que o
Recomeço não há, pois
Reta não é,
Retângulo também não, apenas
Rodo e rodo
Revendo o que deixei
Redefinindo o definido após
Recolocar outra vez o ponto final
Rodo e rodo...
Retrato chato de uma vida constante!
Reconsideração e respeito já me faltam,
Renego esta mesmice que
Repreende minha liberdade de ir e ir,
Retornar, não quero mais.
Reclusão é o que sinto, trancafiada a
Reeditar o mesmo capítulo e
Reedificar minha vida em um círculo...
Reimplico quantas vezes for preciso,
Remexo na constância e na
Regularidade para
Reordenar minha vida e
Rodo uma ultima vez,
Reparando atentamente até
Rastrear minha válvula de escape...



(Suzianne Santos)

domingo, 12 de setembro de 2010

Simples assim...

"Às vezes sinto falta de mim.
-Eu também, menina.
-Sente falta de si?
-Não, de você. E dói.
[Silêncio]
-Me abraça?
-Sempre."
(Caio Fernando Abreu)

Enquanto não teço minhas palavras...

"Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando."
[Pablo Neruda]

domingo, 29 de agosto de 2010

Desfalque

Andava-me perdida
Perambulando pelas vielas,
Desfocada pela vida
Sem saber qual destino seguir
E entre passadas tortas
Nas retas que o acaso me leva
Procurava meu Foco,
Surrupiado por terceiros
Sem ao menos prévio aviso
Mas visto isso
E as milhas percorridas
À sua procura,
Peço-lhe um favor
Se o encontrares,
Diga para partir para sempre de mim
E quando me vires,
Nada me fales,
Posto que de ontem a diante
Tenho pisado retamente torto
E mesmo sem enxergar
Ao certo seus caminhos
Encontro a felicidade
No meu continuo desfalque



(Suzianne Santos)

Previsão do tempo

Estranho olhar para o céu,
Meus olhos visam algo oposto ao visível no relógio
Sinto um amanhecer por vir,
mas as horas ainda registram 21:00h...
Ao tentar decifrar
essas discrepâncias temporalmente visuais
Dou-me de metereologista
E prevejo a formação de complicações
oriundas do efeito humano,
Com intensa aglomeração de nuvens e
futuras precipitações
de lágrimas de sangue.



(Suzianne Santos)

domingo, 22 de agosto de 2010

Amante

Tenho me identificado com uma certa palavra
definida pelos etimologistas como:
“adjetivo equivalente à pessoa que ama algo ou alguém”
Posso dizer que este ser amado
me encanta e cativa a cada instante passado
E não importo se me traz risos,
lágrimas, reflexões ou o que mais venha a ser
Apenas faço-lhe um pedido:
posto que não me tenhas apenas como uma passageira observadora,
mas que me permita apreciar,
sobretudo, prazerosamente sentir-lhe
Assim sendo, ser-lhe-ei eternamente amante...




P.S.: Aqui, substitui-se “algo” ou “alguém” pelo ser amado = Vida





(Suzianne Santos)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Que é isso?

Trago aqui
Bem apertado assim
Algo que tem me corrompido,
Dilacerado meu intimo como uma cratera vazia...
Levo sorrisos amarelados na memória
Do que um dia se teve e se quer de volta
Um sentir tristemente belo
E que de tanto inundar-me em suas lembranças
Me presenteia com um leve movimento singular no canto dos lábios
De quem aprecia com gosto o que lhe foi dado
E se receia
Com o que lhe é apresentado agora,
Pedaços incompletos
É...
- Que é isso?
- Saudade...





(Suzianne Santos)

terça-feira, 17 de agosto de 2010

“E também a minha mão te oferecia sem pensar”¹

cuidarei,
zelarei para ver-te feliz
seja por hora ou minutos
cuidarei,
para tornar simples momentos,
grandes alegrias
cuidarei,
para que a solidão não seja
plano de fundo do seu dia
cuidarei,
para que estes olhos sonhadores
não tenham receio diante do que está para além
cuidarei,
mesmo que distante,
zelo...

¹ música "anseio", banda Mithus





(Suzianne Santos)

Erro?

Querida Clara, és uma sábia mas minha teimosia insiste em discordar quando culpas o sentimento.
É errado amar mesmo que seja por pouco tempo, não correspondido ou que este não tenha o desfecho esperado?
Ou o erro é privar-se de se deixar invadir por este sentimento?
Tudo vale quando se permite por vezes ser bobo e tirar o escudo que protege alguns corações,
usufruir desse sentir infimo e grande ao mesmo tempo chamado amor.
Prefiro arriscar-me a errar, ser boba, ouvir este tolo coração que vive a atormentar o meu peito à impedir de me deixar sucumbir com tal sentimento...
Às vezes pensa-se e enfatiza-se muito o pós-amor, redundando tudo o que se sentiu para um semblante negro e sofrivel ( se o final não foi como o esperado), mas será que tudo foi lágrimas e raivas?
Não me importa aqui conjugar o verbo no futuro, pois este ainda não consigo prever,
mas não posso renegar o amor presente em todas as caricias sentidas, em todos os beijos correspondidos,
Se negar que me senti bem naqueles momentos, estarei traindo a mim mesma, por isso, não erro ao pôr sentimento...
Se és feliz e amada(o) por um tempo, seja pouco ou muito...de fato,se é...isso não pode negar...
Como expressa os que cantam o que é valido: "ser feliz não é querer te ter pra sempre, mas sim te ter naquele instante, que já era eterno o suficiente...."
Independente do criterio temporal e das futuras consequencias, que não condenemos o amor e suas intensas sensações, uma vez que seu unico erro foi nos dar gotas de felicidade.





(Suzianne Santos)

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Senti Alheio


Disparates cometidos,
palavras ao avesso,
birras repetidas,
tentativas frustradas de dissimular distrações
alheias para si
...não importa,
nada consegue camuflar
o que os olhos revelam
e o coração não deixa esquecer.



(Suzianne Santos)


(para um casal de amigos)

Negociação no troca-troca

Ando afim de fazer uma mudança estrutural,
que tal deslocar meu coração
para o local de minha boca?
...Talvez assim conseguiria expressar
o que meu lado racional reprimi


pode ser?





(Suzianne Santos)

terça-feira, 6 de julho de 2010

...!

Êh Sr. que me castiga e explora,
não quer saber dos meus carinhos
e me presentear com sua companhia,

fujas de mim, mas um dia te pego
e serás parte de minha vida
não me distraia com suas artimanhas
e afane o pouco que ainda guardo de ti
dextá..espere,
irei pegá-lo de jeito,
não se preocupe...
melhor você parar de correr no sentido oposto
e venha ao meu encontro...
êh brutinho,
lhe peço apenas uma esmola de atenção,
mas sua indiferença a dissolve no vento
tô pra pedir penico,
mas nem uma colher de chá me dá...
para logo de complicar minha vida,
simplifique e diga que quer conviver comigo sempre e sempre,
Sr. Tempo...


"Parece que nasceu no lixo, uma porra dessas!"¹


(desabafo de alguém frustrada com o tempo lhe oferecido)



(Suzianne Santos)


¹ by Alisson



sábado, 3 de julho de 2010

Tem culpa eu?

“- Rapaz, eu não devia ter ido assistir o jogo lá, deu azar.”


“- Porque tu não veio com aquela camisa das ultimas 10 copas pra dar sorte??”


“- Não, não, ele é muito pé frio, é só ele torce pro time pra ele perder...Daí! Foi torcer pro Brasil, perdeu!!...lascou-se!”

Diante da realidade de copa que nos encontramos é interessante a mobilização que “pessoas correndo atrás de uma bola” causam, o teor de patriotismo que uma pequena parcela de brasileiros trazem para outros milhões que se tornam orgulhosos em demonstrar sua nacionalidade para além de seu RG ou de sua certidão de nascimento.

Entretanto, mais interessante é o que ocorre posterior a uma não-vitória: o sentimento de perda e desolação que se encrava na alma de todos com a desclassificação de sua representatividade nacional, ocorrendo reações de revolta e culpabilização dos jogadores em cena ou então, muitas vezes, uma auto-culpabilização pela derrota de seu time.

Aqui sobe ao gramado as crendices e superstições de cada individuo.

Crê-se que uma pequena mudança nos meus hábitos rotineiros durante os jogos vai decidir o resultado final, estando minha pessoa imbuída de responsabilidade no placar tanto quanto os jogadores. Minha vestimenta, alimentação, local de assistir o jogo e animação na torcida, tudo influi, como se as televisões tivessem a capacidade tecnológica de transportar até os jogadores meu animo, garra e impulso para seguir à diante.

Seria mais simples entendermos apenas como o que de fato se apresenta aos olhos: “perderam”, apenas isso. Mas a realidade não se explica à base da razão, esta foi expulsa com menos de 5 min de jogo pela emoção e simbologias presente em cada comportamento. Não, temos que apresentar de alguma forma respostas ou desculpas para tal acontecimento trágico, posto que então sentemos no banco dos réus os descumpridores de superstições copistas, seja eu, meu amigo, o vizinho ou o Mick Jagger!



(Suzianne Santos)

sábado, 3 de abril de 2010

Era uma outra vez

[Tecle tecle tecle]
E se inicia o enredo,
Sempre com inicio, meio e fim,
Partes conexas de uma história desconexa
Era uma, duas, três vezes
Sempre o mesmo inicio,
Um encantamento regido pelas mais doces e suaves melodias
E lhe falta espaço para rechear o meio
com os prazeres e desprazeres da vida
Estes, por vezes instavéis,
excessivamente teimam em roubar a Felicidade do palco,
deixando em cena a Raiva e a Dor,
que parasitam a história e se resolvem apenas com o fim...
Dizem muitas vezes o Fim ser sábio,
Mas de tanta sapiência este enlouqueceu...
O Fim se deu um fim,
E agora do enredo que há por vir,
O Tempo se encarregou de completar o que Fim
Começou a rabiscar:
“No valsear do destino, a música perdeu o tom no meio
E não se podia mais iniciar, mas nem tudo se perderá
Uma outra era uma vez se fará e uma outra vida se dará
cujas linhas só o tempo preencherá...”





(Suzianne Santos)

Vazio

Sensação estranha que me consome aos poucos
Angustia meu peito,
Faz cócegas em meus olhos sem permitir que se purifiquem....
Esse Nada que me aperta
E penetra meu corpo com um silencio enlouquecedor,
Nó que sufoca minh’alma
E me emerge com o que preferiria desconhecer:
O vazio incomodo que o não sentir-te provoca em meu ser
E que não consigo expulsá-lo...
Não posso te pedir que tire as amarras da minh’alma,
Posto que apenas quem as colocou pode soltá-las
E incertezas me rondam se estou suficientemente disposta a tirá-las...
Um sopro de esperança não posso pedir para aquele cujo horizonte não cruza mais com o meu
Peço-lhe apenas um abraço, para sentir-lhe mesmo que pouco
E também para que, aos poucos, me acaricie e leve consigo o amor que um dia foste teu...





(Suzianne Santos)

Constante variável

Como se pode falar em constante, se tudo está mudando?
O que fui ontem, mudou-se com um novo outro dia
1 hora, 1 minuto, 1 segundo transformam uma vida
O que é belo hoje amanha poderá ser feio e vice-versa
Constantemente o coração pulsa,
mas “os por quês” das mudanças rítmicas em sua batida não são os mesmos
Constantemente respiramos, mas o ar expirado difere do inspirado
O vai e vem das ondas brincam a nos banhar, não sendo esta a mesma água de outrora
O adeus é certo, mas sua forma e percepção, incertas
Pensamos e sentimos sempre, mas de formas subjetivamente diferentes
E assim também são as palavras,
que embaralham nossa mente com suas várias possibilidades, utilidades e significados
Nada está completamente fixo,
Nos encontramos num redemoinhos de variáveis
Com as quais se tem apenas a certeza da constante mudança que a vida traz e carrega consigo



(Suzianne Santos)

Do que não se sabe explicar

[CRACK]

- O que aconteceu?
- Não sei
- ...Tudo bem?
- Não sei...
... o Tudo não parece mais complemento de ‘bem’...
Tudo se encontra espaçado,
com buracos dos quais não acho mais o que a pouco os preenchia
O Tudo parece maior, se esvai pelos meus pensamentos...
POUCO ainda guardo em mim...e menos ainda vejo em ti...
Tudo está condicionado à mudanças,
aquele adesivo não tem a mesma fixação do início...
e a flor por mais que tente exalar um suave perfume do que um dia foi,
não possui mais o doce aroma de outrora.
Mas como explicar aquilo que não se sabe?
Quando achei que havia te encontrado,
nos perdemos em meio ao vendaval..e agora,
as luzes estão se apagando,
não encontro o caminho de volta...mas,
mesmo se o descobrisse,
não me acho mais em ti...
e sei que, aos poucos,
não te acharei mais em mim...





(Suzianne Santos)

D_e_s_p_e_n_s_a_n_d_o

 
- Corre! Corre!
- Tem que fazer isso...ah!Tem mais aquilo também e não se esquece daquele outro acolá!”
...É, e não para nem um minuto...problematizando...calculando...resolvendo...sonhando...pensando...
Pensamentos errantes
Certos
Tortuosos
Escuros
Profundos
Leves
Musicais
Susurrados
Poéticos
Medrosos
Tímidos
Sensuais
Confusos
Raivosos
Entristecidos
Enfim...
O que pensas, pouco importa...
às vezes pensar distrai demais...
o que atrai é não pensar...
Isso mesmo...por um momento se abster de tudo que nos ronda,
deixar o ar entrar nos nossos pulmões sem pensar que tem que estudar para uma prova,
falar com o namorado(a) depois daquela briga,conseguir dinheiro para pagar as contas,
passar em um concurso,
arranjar “o de comer”...
Na verdade o que precisas é esquecer nem que seja por um segundo,
esquecer do que te cerca, dos medos, anseios, desejos, rancores,dores...
Apenas sentir a brisa que passa pelo seu corpo...s
em compromisso por um minuto...
l   e   v  e  
simplesmente vivendo...
despreocupadamente despensando...


(Suzianne Santos)